O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) investiga a suspeita de agressão a três jovens em uma festa na República Pif-Paf, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. De acordo com o órgão, o promotor Domingos Ventura de Miranda Júnior pediu novos depoimentos das vítimas e testemunhas.
Em 20 de fevereiro, um homem de 28 anos foi detido suspeito de agredir três jovens em uma festa na república. Segundo a Polícia Civil, após o ocorrido, o rapaz assinou um termo circunstanciado de ocorrência por lesão corporal, foi ouvido e liberado.
Uma audiência entre as partes estava marcada para esta semana, mas foi adiada. Um nova data vai ser definida após as oitivas, que devem ocorrer em até 20 dias, segundo o MP-MG, que foi intimado a participar da audiência.
Nara Hangai Costa, 23 anos, é uma das estudantes agredidas. Ela estuda engenharia geológica da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Segundo ela, o suspeito tentou beijar duas amigas à força. A universitária ficou indignada ao saber que o suspeito havia sido liberado pouco tempo depois que saiu da delegacia.
“O autor da agressão já estava coagindo. Ele tentou beijar à força a Marcelle, que é uma das agredidas. Ela estava longe da gente. Ela saiu para pegar uma cerveja e, nesse meio tempo, ele tentou agarrar ela à força”, contou Nara, que teve o queixo cortado. Marcelle Ávila, de 20 anos, também é estudante da Ufop e cursa arquitetura. A jovem ficou com hematomas no rosto.
Queixo da estudante Nara Costa, agredida em
Ouro Preto. (Foto: Arquivo Pessoal/Nara Costa)
Conforme registrado no boletim de ocorrência, o homem teria atingido com socos o rosto de Marcelle e o queixo da estudante Nara. A terceira vítima, conforme a Polícia Militar (PM), foi uma jovem, também de 23 anos, que teria sido segurada pelo braço e empurrada.
Violência
Nara Costa relatou também que foi preciso cinco homens para conter o suspeito de agressão. “Tentaram conter. Ele é muito grande, foi muito rápido. Ele pegou uma caixa de garrafas vazias e saiu tacando para todos lados, quebrando a casa. Um engradado de cerveja vazia. Ele pegou um engradado de cerveja pela mão e tacou na parede. Ele começou a quebrar a casa inteira”, afirmou. O responsável pelo local não quis prestar queixa.
À epoca, pelas redes sociais, a república manifestou, por meio nota, repúdio ao ocorrido. “Reforçamos a posição da República Pif-Paf contra todo o tipo de violência, discriminação e machismo. E desde já, nos desculpamos por tais atos terem ocorrido dentro de nossa tão estimada casa”, disse o texto. Ainda segundo a nota publicada, o suspeito de agressão é um ex-aluno e morava no local. Ele havia sido convidado a participar de uma comemoração de formatura.
A Ufop divulgou uma nota de repúdio, dizendo que a violência cometida contra as três alunas é um ato criminoso que deve ser denunciado e investigado com rigor. Informou também que abriria uma sindicância interna para apurar o ocorrido.
A reportagem tentou falar com o suspeito das agressões, mas ele não foi encontrado.
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