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Capacitação representa nova oportunidade para pessoas que já saíram do sistema prisional

Ação coordenada pelo Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp) planeja capacitar 500 homens e mulheres

16/09/2021 19h25
Por: Redação Fonte: Secom Minas Gerais
Tiago Ciccarini / Sejusp
Tiago Ciccarini / Sejusp

Uma sala onde a vontade de aprender e a empolgação tomam conta. É assim durante as aulas do curso Pequenos Reparos: elétrica e hidráulica, que representa uma oportunidade para aqueles que acabaram de deixar o sistema prisional e encontram barreiras para entrar no mercado de trabalho. 

As aulas são realizadas na Associação Mineira de Educação Continuada (Asmec), em Belo Horizonte, e custeadas pelo Programa de Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (PrEsp), por meio de verba de emenda parlamentar. O PrEsp é gerenciado pela Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade (Supec), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.

Participam da capacitação 16 egressos e quatro egressas atendidas pelo PrEsp de Belo Horizonte. Além das aulas, a turma também recebe material didático, lanche e auxílio transporte. 

O objetivo da capacitação é qualificar profissionalmente e contribuir para a inclusão no mercado de trabalho ou auxiliar na geração de renda desse público. Os cursos propostos pelo PrEsp consideram as especificidades dos egressos e buscam também o desenvolvimento de talentos e o aprimoramento de habilidades, contribuindo para e prevenção à criminalidade.

A subsecretária de Prevenção à Criminalidade, Andreza Rafaela Meneghin, comemora o novo projeto do programa. “O PrEsp tem como desafio construir novas possibilidades para quem sai do sistema prisional e procura o programa. A qualificação profissional é um dos caminhos fundamentais que pode favorecer ao egresso construir uma nova trajetória de vida após a saída das prisões. É importante que o programa sempre invista nessas possibilidade de qualificação e oportunidade de trabalho” afirma Andreza.

Envolvimento

Uma das alunas mais participativas da turma é Alessandra Júnia Mariana, de 33 anos. Com a mão sempre levantada e inúmeras perguntas ao professor, ela não sabia nada sobre elétrica antes do curso e já aprendeu um bocado em três dias. Os planos são vários. Um deles é fazer a rede elétrica da sua casa: irá economizar e colocar em prática o que aprendeu na aula. 

“São conhecimentos básicos, mas que fazem toda a diferença. Antes só havia escutado sobre esses termos, agora estou entendendo sobre eles. Eu acho que é um recomeço para a gente que saiu do sistema; é uma forma de demonstrar para nós mesmos que nem sempre a saída é o desespero, e que a educação vai ser uma oportunidade de transformação. Vemos que temos outra opção, não precisamos escolher o crime, podemos seguir por outro caminho”, diz.

Com mais de 30 anos de experiência como eletricista, o professor Geraldo Magela de Andrade enfatiza o grande interesse por parte dos alunos. Para ele, acostumado a trabalhar com tantas turmas, a fome de aprendizado é o diferencial destes novos aprendizes. “Eles estão muito interessados em aprender, alguns deles já têm serviços para serem feitos e estão só esperando o curso acabar. É um curso de fácil empregabilidade, pois a demanda por reparos elétricos é muito grande. Esta é uma das capacitações ideais para esse público que precisa de se realocar com celeridade no mercado de trabalho”, conclui Magela.

O egresso Osmair Celso, 55 anos, já havia feito um curso na área e a nova oportunidade está sendo um complemento para os conhecimentos que tinha. “Estou tendo a oportunidade de aprimorar e aprender mais detalhes. Eu quero me inserir no mercado de trabalho como autônomo e as aulas aqui estão sendo muito importantes. É uma chance de tomar outro rumo. Às vezes, pode parecer mais fácil ir ali e cometer um delito, sem pensar nas consequências. Hoje, tenho a consciência de que, quando faço isso, cometo um erro moral e social, e me sinto mal. Buscar outras formas de sustento é muito mais gratificante e honrado”.

Ampliação

Essa é a primeira turma do projeto que pretende profissionalizar mais de 330 egressos e outros 170 nas oficinas de empreendedorismo. A ideia surgiu a partir das demandas apresentadas pelas próprias pessoas acompanhadas pelo PrEsp. Inicialmente em BH, o curso também será realizado em outras dez cidades: Betim, Contagem, Governador Valadares, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Santa Luzia, Ribeirão das Neves, Uberaba e Uberlândia.

Para a diretora de Atendimento ao Egresso do Sistema Prisional, Francine Machado de Paula, os cursos de capacitação são fundamentais para romper a trajetória de criminalidade dos egressos. “Além de disponibilizar oportunidades que propiciam a geração de renda por meio da qualificação profissional, o curso é, também, uma forma de possibilitar o acesso a outros direitos, contribuindo assim para a reinserção social do público egresso do sistema prisional”.

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