Quinze dias no comando do Cruzeiro, três jogos pelo Campeonato Brasileiro, uma discussão feia com o técnico do América, Givanildo Oliveira, e as primeiras impressões sobre o futebol brasileiro. O técnico Paulo Bento ainda vive fase de adaptação ao país e ao esporte tupiniquim, mas aos poucos já tem conseguido entender as diferenças e semelhanças entre o país sul-americano e o trabalho europeu, desenvolvido por ele no Sporting-POR e na seleção de Portugal.
Os primeiros dias de Paulo Bento na Toca II foram de adaptação para o comandante e seus jogadores. A mudança da rotina dos atletas foi grande. O técnico se mostrou adepto aos treinos no período da manhã, atividades em dias de partidas e no pós-jogo, além de muito mistério e reclusão no dia a dia.
O ponto que mais gerou reclamação e estranheza por parte de Bento é o calendário brasileiro, bastante apertado e com sequência grande de jogos, que resulta em pouco tempo para treinos e descanso aos atletas.
O treinador celeste acredita não ter tido problema em deixar a Europa para dirigir um time no Brasil e crê na possibilidade de sucesso do intercâmbio de técnicos. “Em um mercado, não me parece nada estranho que um brasileiro treine lá (em Portugal) também. É um mercado aberto, parece-me perfeitamente natural”, disse Paulo.
A relação entre o técnico e a imprensa também ainda vive fase de adaptação. Paulo Bento modificou a rotina dos jornalistas, que acompanham menos as atividades e convivem com diferentes horários de acesso a Toca da Raposa II ao longo das primeiras semanas.
“Aquilo que farei é ter respeito ao meu trabalho, esperar um respeito pelo nosso trabalho e criar relação da melhor maneira possível. Saímos daqui oito da noite, chegamos oito da manhã e queremos fazer o melhor trabalho possível”, observou Paulo Bento.
Em campo, o treinador vive seu momento de maior adaptação ao futebol brasileiro. Paulo tem tentado alterar a mentalidade de jogo do Cruzeiro. O técnico ressalta a todo momento a maior preocupação técnica em detrimento ao aspecto tático dos jogadores, algo bem diferente do vivido por ele na Europa.
“O Brasil é caracterizado pela questão técnica do jogo. Possui atletas com muito boa relação com a bola. Normalmente, dá-se uma ênfase maior, uma valia maior, na parte ofensiva que a defensiva. Por isso temos que, progressivamente, entender o futebol de uma maneira mais global”, disse Paulo Bento.
Programação
Agenda celeste. O Cruzeiro treinará nas manhãs de hoje e de amanhã, na Toca II.
Na noite de terça-feira, a delegação da Raposa viaja para Brasília, onde o time encara o Botafogo, na quarta-feira.
Diretoria tenta trazer mais reforços
Paulo Bento evita sempre analisar a necessidade de reforços para a sequência da temporada. Porém, a cúpula do Cruzeiro já decidiu que buscará novas contratações. Uma reunião entre os dirigentes celestes e o comandante já aconteceu e nomes de possíveis contratações foram passadas para o diretor de futebol Thiago Scuro.
“Estamos trabalhando para isso (reforços). Tivemos reunião ontem (sexta-feira), temos alguns nomes que já foram passados para nós. Não vamos falar em nomes, mas estamos trabalhando. Do final do Mineiro para cá, chegaram quatro nomes. Acreditamos que ainda é preciso qualificar um pouco mais o elenco. Mas é difícil antes da abertura da janela, disse o vice-presidente de futebol Bruno Vicintin.
Para o Brasileiro, o Cruzeiro contratou Lucas, Bryan e Robinho. Riascos, que estava no Vasco, retornou à Toca II. (BL)
Lucas Romero
Retorno. O volante Lucas Romero volta a estar à disposição do técnico Paulo Bento. O jogador, que havia levado quatro partidas de suspensão por conta da expulsão no duelo contra o Coritiba, e cumprido duas, conseguiu um efeito suspensivo. Com isso, ele poderá enfrentar o Botafogo, na quarta-feira, no Mané Garrincha.
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