Uma nova denúncia de onde está o corpo de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, está sendo apurada pela polícia seis anos após o crime. O irmão do jogador, Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, prestou depoimento a um delegado do Piauí a pedido da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Na oitiva, indicou alguns locais onde estariam os restos mortais da jovem. Porém, os detalhes não foram repassados pelo delegado-geral Riedel Batista, que concedeu coletiva sobre o caso nesta segunda-feira.
De acordo com o delegado-geral, o irmão do goleiro Bruno, que está preso suspeito de estupro em Teresina, foi uma das testemunhas ouvidas nas cartas precatórias enviadas pela delegada Viviane Costa Ferreira Pinto, chefe da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, de Jacarepaguá, à Polinter. O delegado responsável informou sobre o depoimento. “Contou várias situações. Falou de pessoas que poderiam ter envolvimento no crime de Eliza Samudio e falou possíveis locais do encontro do corpo dela. Mas são informações que precisam ser checadas. Foram todas passadas para o delegado do Rio de Janeiro”, explicou Riedel Batista.
O delegado não informou os locais onde o irmão do goleiro indicou. Disse, apenas, que as informações serão checadas por policiais civis do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Segundo o Uol, Rodrigo apontou uma cidade do interior de Minas Gerais. “Tem que ter cuidado porque tudo que ele falou foi repassado para a delegada, pode ter veracidade ou pode não ter veracidade”, disse Batista. “Essas novas informações que foram levantadas vão dar nova dinâmica as investigações e com certeza vai possibilitar a localização do corpo”, completou o delegado. A data exata de quando aconteceu o depoimento não foi informado.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que recebeu um comunicado da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o depoimento. A corporação informou que aguarda a documentação com os detalhes da oitiva de Rodrigo, que será enviada do Piauí, para definir os próximos depoimentos. Já o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que não recebeu nenhuma informação oficial sobre o depoimento, não sendo possível, assim, avaliar a possibilidade de instaurar qualquer procedimento investigativo. O em.com.br entrou em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que ficou de dar mais detalhes da investigação.
Essa não foi a primeira vez que familiares do goleiro Bruno fazem denúncias sobre onde estariam os restos mortais da jovem. Em julho de 2014, o primo do atleta Jorge Rosa Sales deu detalhes sobre o possível local onde estariam enterrados. O terreno está localizado em Vespasiano, na Grande BH. A Polícia Civil realizou buscas e escavou o local, porém, apenas alguns objetos foram encontrados, que não tinham relação com a garota.
Em agosto de 2012, uma denúncia anônima levou o Corpo de Bombeiros até o condomínio Residencial Turmalina, onde fica o sítio que pertenceu ao goleiro Bruno, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O denunciante indicou duas palmeiras como referência da localização da ossada na entrada do sítio. Os militares realizaram buscas, mas nada foi encontrado.
Réus condenados
Todos os réus que responderam pelos crimes contra Eliza Samudio e do filho dela, foram condenados, com exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno, que foi absolvida das acusações. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, foi condenada a cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e Bruninho. Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito do ex-ídolo do Flamengo, foi sentenciado a 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi beneficiado por uma confissão parcial do crime. Já Bruno teve a pena estabelecida em 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da jovem e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor do assassinato, foi condenado a 22 anos de prisão.
Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho do jogador e da modelo assassinada. Ambos foram condenados e cumprirão pena em regime aberto. Wemerson, que era réu primário, foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de prisão.
Já Elenilson, que chegou a ficar preso por cinco meses por causa do envolvimento na morte de Eliza e não era réu primário, teve a pena estabelecida em 3 anos.
Um outro réu no processo não chegou a ser julgado. Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, era considerado a principal testemunha do caso. Ele foi assassinado meses antes da data prevista para o julgamento. A polícia concluiu que ele foi vítima de um crime passional, sendo executado pelo companheiro de uma mulher que tinha assediado na rua. Outro primo do jogador, Jorge, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida sócio-educativa e já está em liberdade. Ele era menor na época do crime.
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