No mês passado, mais precisamente em 9 de julho, a Fiat Automóveis, que, depois da incorporação da norte-americana Chrysler passou a se chamar Fiat Chrysler Automobiles (FCA), completou 40 anos de instalação no Brasil. A mudança na nomenclatura foi muito além da associação com o fabricante dos Estados Unidos: possibilitou a internacionalização da marca, que, até então, dificilmente ultrapassava os limites do território da América do Sul. E, mais do que isso, permitiu a construção de uma segunda e moderna indústria, essa com a chancela da Jeep, que passou, também a produzir no Nordeste brasileiro, em Goiana (PE).
Seguidos investimentos na modernização do parque fabril vêm marcando a evolução tecnológica na fabricação dos carros da marca nessas quatro décadas. De lá para cá, são muitas as histórias para contar em uma longeva travessia.
A chegada dos italianos mudou o panorama industrial de Minas Gerais, destacando-o como um polo de referência e relevância na produção automobilística nacional, privilégio de que apenas o Estado de São Paulo podia se orgulhar. Diante das gigantes já instaladas, como Volkswagen, General Motors e Ford, pode-se dizer que foi despretensioso o desembarque no município mineiro de Betim, em 1976.
Liderança
Foram necessários 26 anos para que atingisse o primeiro lugar no mercado brasileiro, liderança que mantém por 14 temporadas consecutivas. A grandeza dos números mostra a importância que a FCA representa para economia do Brasil em geral e para nosso Estado em particular. Nos 40 anos de produção, saíram da linha de montagem cerca de 15 milhões de unidades, sendo que, desse total, um quinto foi destinado à exportação para mais de 30 países de todo o mundo, inclusive a Itália.
A planta de Betim (MG) foi a primeira da Fiat construída fora da Europa e segue como a maior fábrica de automóveis da América Latina. Ela ocupa uma área total de 2,25 milhões de metros quadrados. A cada dois minutos, três carros deixam a linha de montagem. Sua capacidade instalada permite a produção de até 800 mil carros anualmente. A usina mineira também pode produzir 670 mil motores e 650 mil transmissões por ano.
Tecnologia
A evolução e o aperfeiçoamento do modo construtivo foi uma constante ao logo do tempo: apenas a unidade de funilaria da fábrica de Betim conta com 500 robôs para o serviço de montagem das carrocerias.
Foram lançados no mercado mais de 50 diferentes modelos, sendo que o pioneiro, o Fiat 147, somou, ao longo dos anos em que foi ofertado, 1.117.288 unidades contando todas as variantes que dele foram derivadas, como a picape City, o Oggi, a Panorama etc.
O modelo mais popular feito no Brasil, e que continua sendo fabricado, é o compacto Uno, com mais de 3,7 milhões de unidades comercializadas. (RC)
Última das “carimbadas” como quatro grandes montadoras – junto com Volkswagen, General Motors e Ford – a chegar ao Brasil, a Fiat teve de enfrentar toda sorte de desafios. O primeiro deles foi a resistência do empresariado paulista que não se conformava em perder para Minas Gerais a instalação de uma grande fabricante de veículos fora do seu eixo.
O governador Rondon Pacheco, falecido recentemente aos 94 anos, venceu muitas dificuldades para trazer a fábrica de veículos para o país. Os obstáculos lhe foram impostos desde que a Fiat começou a demonstrar interesse em instalar sua fábrica de automóveis, uma vez que os italianos já operavam outros negócios ligados à produção de tratores e implementos agrícolas em Minas Gerais, através da Fiat Allis.
Fatos marcantes ficaram esquecidos pelas quatro décadas que se foram no tempo, como a gestão inicial em parceria com o governo do Estado, importante acionista que viabilizou a instalação da indústria.
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