Riascos adia rescisão de contrato e não decide por pagamento de multa

A situação envolvendo Riascos e Cruzeiro vem ganhando capítulos na justiça e promete ser decidido apenas por lá. No último dia da janela de transferência internacional, o atacante segue com o futuro incerto e com contrato com a Raposa. A rescisão do vínculo não acontecerá nesta quarta-feira e assim, ele deverá ficar impossibilitado, neste primeiro momento, de se transferir a um novo time de futebol.

Na terça-feira, uma decisão judicial decidiu que para Riascos terminar o seu vínculo com o Cruzeiro antes do final do prazo assinado pelas partes, poderia acontecer mediante a pagamento de uma cláusula no valor de R$ 3,2 milhões que seriam repassados para a diretoria celeste.

No mesmo dia, o clube e representante do atacante se encontraram na justiça do trabalho de Belo Horizonte e não chegaram a um acordo sobre a situação de Riascos. O julgamento ficou, então, marcado para acontecer em 2017, o que faria o atleta ficar pelo menos cinco meses afastado do futebol, sem poder se transferir a uma nova equipe.

O prazo para quitar tal valor tem duração até a próxima segunda-feira. Porém, inicialmente, Riascos teria de arcar com a quantia, em juízo, nesta quarta-feira, para rescindir o seu contrato com a Raposa e assim, poder se transferir, mesmo com o fechamento da janela internacional de transferência, posteriormente.

Porém, os advogados e representantes do jogador não entendem que seja o caso de pagar a multa antecipadamente ao Cruzeiro. "A justiça ainda não decidiu esta situação", explicou Mauro Bousquet, empresário de Riascos.

Por sua vez, a diretoria celeste confirmou que ainda não foi procurada por ninguém por parte de Riascos para comunicar o pagamento do valor da rescisão. O clube celeste crê que desta forma, o colombiano não conseguirá rescindir seu vínculo durante a janela de transferência e deixará o futuro a ser decidido judicialmente, apenas em 2017.

Mesmo com a situação indefinida em relação ao Cruzeiro, Riascos abriu negociações com o Adanaspor, da Turquia. Porém, o representante do atleta negou que o colombiano vá se transferir para o time turco. "Não acertamos com ninguém, agora é momento de não cometer erro, precisamos pensar no que vamos fazer no futuro", disse.

Saída forçada

O SuperFC teve acesso aos documentos referentes ao processo movido por Riascos contra o Cruzeiro. Na ação judicial, a Raposa comprova com conversas no Whatsapp que o colombiano já vinha tentando forçar um retorno ao Vasco logo após ter sido reintegrado ao elenco celeste. Em conversa com o diretor de futebol Thiago Scuro, o atleta já havia reclamado da posição dos dirigentes cruzeirenses em só aceitar a sua venda ao time carioca.

"Aqui amigo, vou entrar em contato com o Vasco para empréstimo até dezembro. Agradeço a vocês da diretoria, mas eu quero sair, eu não quero estar aqui desta maneira, não suporto mais", informou Riascos em mensagem de texto. "Bom dia, levarei todas as propostas ao Presidente e a Você. Espero que o Vasco faça o investimento necessário. Fico no aguardo", respondeu Thiago Scuro.

A situação, porém, não agradou ao jogador. "Thiago, bom dia, falei com o Vasco e me falaram que você ligou para eles falando que só poderia vender. Você está brincando comigo amigo, eu preciso sair desta porra aqui amigo, ninguém vai me comprar agora, se não jogo não faço gol e não sou feliz. Ai fica muito difícil e complicado amigo..", reclamou Riascos, que recebeu resposta por texto de Thiago Scuro.

Na conversa com a diretoria celeste, o jogador chegou a fazer uma proposta para que tivesse a liberação para deixar o clube. "Se vocês quiserem eu posso fazer uma proposta pessoal, eu desisto do restante do contrato e eu pago 800 mil dólares (R$ 2,5 milhões) para sair". Porém, a quantia não agradou ao clube celeste, como informou o presidente Gilvan de Pinho Tavares na última terça-feira.

Caso

Insatisfeito com a situação vivida no Cruzeiro e por não ter seguido no Vasco, Riascos disparou contra o clube ao final do duelo contra o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro. ".. Não pode tirar a minha felicidade para atuar nesta merda". Desde então, a indefinição sobre o rompimento contratual de Riascos e o Cruzeiro já vem se arrastando desde o começo de julho.

O colombiano foi afastado e multado pela diretoria celeste, que retirou 40% dos vencimentos do atleta. Por outro lado, Riascos optou em não voltar para Belo Horizonte e morou por um tempo no Rio de Janeiro. O atleta alegou falta de segurança para voltar a capital mineira e indicado pelos seus representantes seguiu para a Colômbia.

A ação movida pelo jogador contra a Raposa prevê o pagamento de uma indenização milionária, superior a R$ 5 milhões, além da liberação do seu contrato para o colombiano poder decidir para qual clube vai se transferir.

Nos últimos dias, Riascos sofreu uma derrota inesperada por parte dele, na justiça do trabalho. O jogador queria uma liminar para poder atuar por um outro clube. A decisão, porém, foi favorável ao Cruzeiro, que reforçou a ordem de retorno do atleta para Belo Horizonte. Porém, o centroavante segue morando na Colômbia e já informou que não voltará ao time celeste.

Agora, Riascos tenta reverter a derrota com um processo maior e que promete muita briga. Os advogados do atleta desejam a rescisão indireta do contrato com o Cruzeiro, alegando que o jogador conta com proposta da Europa e precisa de liberação até o final do mês para se transferir.

Além disso, o gringo deseja receber uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais e também uma cláusula de compensação, com base em seus salários até o final do contrato, que vai até janeiro de 2018.

Os advogados do atacante declaram ainda que o afastamento de Riascos foi "imoral e injusto" e que realizado com base em um "mal-entendido". No mesmo documento, há uma confissão do jogador referente as declarações feitas no Rio de Janeiro reconhecendo que disse: "Para mim não está normal, não estou feliz com o que está acontecendo. Tem que procurar uma solução. Não dá para tirar a minha felicidade para jogar nesta merda".